Como ter uma boa DR

Sete anos de casado, estamos em crise, conversamos e ele está indeciso se continua ou cai fora.

Leia até o fim.

Como ter uma boa DR

Um dia eu recebi no Instagram a seguinte mensagem, vou colocar aqui para você:

Sete anos de casado, estamos em crise, conversamos e ele está indeciso se continua ou cai fora.

De forma bem direta, o que eu respondi para essa pessoa foi: Agora é o momento para vocês se unirem e juntos esquecerem o rótulo casamento.

Isso mesmo, esqueçam o casamento e foquem na pessoa. 

Vou explicar melhor para você. 

A maioria das pessoas quando o casamento está em crise, esquece do ser que está do seu lado e foca na instituição casamento.

Buscando melhorá-lo.

Mas o que acontece é que o problema não está ali, está nas pessoas, as pessoas precisam receber atenção.

Ai, querem fazer viagem para melhorar o casamento, ter filhos, adotar cachorro, gato, vamos falar com o padre, pastor…

E o que acontece? Tudo piora.

Parece que quanto mais tentam, pior fica.

Porque ambos estão olhando para o lugar errado.

Agora, ao saber que o seu amor está em crise, confuso, vamos buscar resolver o problema dele, da pessoa.

Por exemplo, fale para ele, pergunte, e aqui entra a DR:

 “Amor, o que tem te deixa confuso? O que nós podemos fazer juntos para nos fortalecermos? Você está passando por algum problema na empresa, família, saúde? Se essa for a situação estou aqui para te apoiar nesta fase. O que podemos alinhar para melhorar este relacionamento. O que tem faltado ou sobrado?” 

Essa foi a chave que fez o relacionamento da pessoa renascer, a confusão ser esclarecida e o casamento se restabelecer.

Lembrar de resolver o problema da pessoa e não do casamento. 

E como utilizar a DR para isso?

DR significa discutir a relação.

Ou seja, resolver um problema, conflito, situação mal resolvida ou compartilhar um sentimento com o(a) parceiro(a) por meio da conversa. 

Existe um tabu muito grande com relação a Dr. Muitas pessoas, evitam falar sobre os problemas e assuntos mal resolvidos da relação com medo de terminar ou sair “ferido”.

Isso gera uma série de problemas, como irei te ilustrar na seguinte metáfora. 

Quando você se depara com uma infiltração em sua casa, você tem duas opções: a primeira é não fazer nada e ir adiando e adiando a solução daquele problema;

 Ou resolver a situação e consequentemente passar por todo transtorno, os gastos, o barulho de uma reforma geral antes de sua conclusão.

O que acontece é que se você não resolver, aquele problema tende a aumentar e uma hora ou outra, destruir a casa.

Mas se você resolver, você, no final, sentirá o alívio de ter feito a coisa certa e se outra infiltração surgir, você terá tido a experiência e toda bagagem para enfrentar essa nova situação.

Antes de ter a iniciativa de ter uma Dr com o seu amor, ou quando você estiver no meio de uma dr, recomendo que você reflita sobre os seguintes pontos: 

  • Você está ali para se concentrar na resolução do problema ou apenas para atacar a outra pessoa? 
  • Qual o seu estado físico? Você está cansado, com fome, triste, com sono…. Se sim, eu recomendo que você adie essa conversa para outro momento; Mas atenção aqui: não use esta dica como desculpa para adiar eternamente a DR. Entenda que se você adiar o conserto da infiltração, ela poderá fazer a casa cair; 
  • Fale da sua necessidade e também ouça com atenção o real motivo pelo que a pessoa está discutindo, ou seja, a necessidade dele(a). Por isso a importância de estar presente e ter empatia;
  • Não tenha a postura de juiz durante a DR. O diálogo não é para “ganhar a discussão”, mas sim para resolver problemas;
  • Assuma quando o erro for seu e quando for do outro, apenas respeite e não julgue;
  • É preciso saber perdoar o outro por ele te decepcionar, em cima da expectativa que você criou sob as coisas que você gostaria que ele fosse, pelas ações que você gostaria que ele fizesse ou pelo que você gostaria que ele falasse ou não; 
  • Não leve para o lado pessoal, controle o seu ego; 
  •  Caso tenha filhos, evite ter discussões na frente deles. Eles não têm culpa da instabilidade no relacionamento e são extremamente sensíveis a brigas.

Outro ponto decisivo para uma Dr e que, meu amigo e minha amiga, eu gostaria que você prestasse muita atenção é o seguinte: Conflito+tempo é igual humor.

O que eu quero dizer com isso? 

Quando acontece um conflito entre o casal, existe uma tendência de que ambos busquem discutir para resolver aquela situação na mesma hora.

E o que isso gera?

Ainda mais briga, ambos trazendo à tona situações mal resolvidas anteriormente ou ninguém dando o braço a torcer. 

Mas a partir do momento em que, após uma briga, você se afasta, seja por 5 minutos, meia hora ou um dia e usa esse tempo para enxergar a situação além das emoções provocadas no momento, você pode usar do humor, da leveza, para resolver o conflito.

Quando eu falo de humor, não falo sobre rir da cara do outro de forma ofensiva ou humilhar, mas perceber que na grande maioria das vezes aquela situação não é motivo de grandes discussões e que ambos podem encarar o que aconteceu de forma leve. 

“E Nicolas, isso é fácil de fazer?” Não.

Mas eu quero te dar uma dica de como fazer isso de forma mais prática.

Você se lembra como no início do relacionamento as brigas eram mais leves, ambos tomavam cuidado com as palavras que falavam e o humor prevalecia entre o casal?

Com o passar do tempo e a evolução da intimidade entre vocês, ambos começam a usar qualquer palavra para “resolver” a situação e isso acaba machucando a outra pessoa.

Palavras tem poder e marcam o relacionamento, tanto para o bem, quanto para o mal.

Então, eu recomendo que você relembre da dinâmica que existia no começo do seu relacionamento e tome cuidado com as palavras.

Isso fará com que os conflitos sejam resolvidos de forma leve e sem gerar novas brigas. 

Agora, perceba, se desde o início do relacionamento vocês já usavam palavras ofensivas, as brigas já tinham grande ruído emocional e ao invés de solucionar os problemas, as DR ́ s geravam mágoa, então recomendo que você reflita de forma sincera sobre sua relação.

Faça uma lista das coisas que você gostaria que fossem diferentes e converse com o seu amor. 

A DR deve vir para provocar a união e não o desprezo, à ignorância, a indiferença e o poder.

Lembre-se que o intuito de consertar a infiltração é para melhorar a casa e não para derrubá-la. 

Para finalizar, eu gostaria de te passar um exercício que tem o intuito de fazer com que você mude a forma como você tem visto o(a) seu(a) parceiro(a).

Muitas vezes, no decorrer do relacionamento, você pode ter a postura de ver o seu amor como uma coisa, e não uma pessoa.

Um exemplo disso está na forma como muitas pessoas veem a relação sexual como uma forma de garantirem o próprio prazer e esquecem completamente o prazer do outro.

Nesse exemplo, você está vendo o seu parceiro apenas como uma coisa, um objeto e não como um ser, com alma.

Para se livrar desta percepção, recomendo que você faça o seguinte exercício: Imagine que neste exato momento, o seu amor veio a falecer.

Imagine seu corpo, o velório, o caixão, o choro das pessoas queridas ao redor, as flores, você se despedindo da pessoa, imagine todos os detalhes. 

 Esse exercício é pesado, e realmente é para ser.

Minha reflexão com ele é que você passe a perceber o seu amor como um ser com alma, de carne e osso e portanto suscetível à morte.

Refletir sobre isso nos dá clareza sobre o quão importante são os momentos com quem amamos, o quanto devemos valorizar, apreciar isso e tomar cuidado com as palavras que deferimos.

Tendo consciência disso, você passará a estar mais presente com o ser que você escolhe em estar junto e perceberá que situações como Dr´s não são tão difíceis quanto a dor da perda da pessoa amada. 

Reflita sobre isso e se necessário faça esse exercício novamente. 

Passe a enxergar a DR como um mecanismo de fortalecimento do relacionamento e não de quebra.

Lembre-se de consertar as infiltrações e manter a sua casa, ou seja, o relacionamento, em bom estado.

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